10/02/2019
Internacional | Venezuela
RECUSA DE AJUDA HUMANITÁRIA INTENSIFICA CRISE NA VENEZUELA

Dois governos, um país e muitos problemas. Nicolás Maduro, bloqueou as fronteiras e impediu que ajuda humanitária dos Estados Unidos fossem distribuídas para população venezuelana, que sofre com a falta de alimentos em consequência da intensa crise no país.
Além de alimentos, caminhões estão carregados de medicamentos e itens de limpeza/higiene. Contudo, o regime de Maduro impede que essa ajuda (que está retida na fronteira do país com a Colômbia) chegue à Venezuela, com a justificativa que seria uma estratégia da oposição para invasão militar. O receio em aumentar o número de venezuelanos contra o seu governo, influenciados pela ajuda humanitária, classificada como "Show" pelo governante, seria mais uma confirmação da instabilidade política e econômica.
BREVE HISTÓRICO

No poder desde 2013 e reeleito em 20 de maio de 2018 sob muita contestação de fraude pelos opositores, parte da comunidade internacional e marcado também pelo maior registro de abstenções nas urnas, com a participação de 46% do total de 20,5 milhões de eleitores cadastrados para votar, que Nicolás Maduro não consegue estancar a grave crise que assola o país. A fome, o desemprego, a inflação descontrolada, os constantes apagões, além da falta de medicamentos e de infraestrutura evidenciam o atual cenário do país, que vive um dos piores momentos socioeconômicos.

As manifestações e conflitos já ocasionaram centenas de mortes e o acréscimo no número de refugiados venezuelanos em países vizinhos, como no Brasil, onde dezenas de famílias estão sobrevivendo em acampamentos improvisados em praças e demais locais públicos de Rondônia, estado que mais têm recebido pessoas desacreditadas com o país de origem, e que tentam recomeçar a vida longe do colapso venezuelano.
Maduro em discurso após se declarar vencedor nas urnas, disse que buscará diálogo com os candidatos que enfrentou nas eleições - Henri Falcón (com 21% dos votos), Javier Bertucci (11%) e demais opositores, como uma medida de apaziguar a crise do país. Entretanto, diz sofrer perseguição de adversários políticos, que segundo ele, tem apoio dos Estados Unidos para derrubar o seu governo com golpe de Estado.
No dia 23 de janeiro, após 13 dias em que Maduro assumiu o novo mandato de 6 anos, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, se autodeclarou presidente interino do país, sob apoio do governo norte-americano e países como Brasil, Colômbia, Canadá, Peru, Argentina, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Espanha, Portugal, França. Dinamarca, Austrália, Israel, Reino Unido, Alemanha, Suécia, Áustria, Holanda.
O México, que faz parte do Grupo de Lima não apoia o governo de Guaidó. Rússia, China, Irã, Turquia, Bolívia e Nicarágua declararam apoio ao novo mandato de Nicolás.

"Em condição de presidente da Assembleia Nacional, invocando os artigos da Constituição Bolivariana da República da Venezuela, ante Deus todo poderoso, Venezuela em respeito ao meus colegas deputados e membros da união, juro assumir formalmente as competências do Executivo Nacional como presidente encarregado de Venezuela”,
- Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela.
De acordo com algumas ações de Guaidó, a previsão é que ele permaneça tentando novas alianças internacionais, com chefes de Estado para solidificar e acelerar as chances de enfraquecer o governo Maduro, que ainda conta com suporte militar venezuelano.